lesão do tendão peitoral maior
uma lesão cada vez mais frequente nos dias atuais
Anatomia do peitoral maior?
O peitoral maior é um músculo superficial, localizado na região anterior da caixa torácica. Ele possui uma origem ampla, que é dividida em três partes: clavicular, esternocostal e abdominal. Todas as três partes convergem lateralmente e se inserem na crista lateral da goteira biceptal, a qual é continuação tubérculo maior do úmero.
A principal função do peitoral maior é a adução e a rotação medial (interna) do braço na articulação do ombro. Agindo independentemente, a parte clavicular ajuda a fletir e estender o braço até 90°, enquanto a parte esternocostal facilita a extensão do braço fletido ao puxá-lo para baixo.
A lesão no momento atual
A ruptura tendínea do músculo Peitoral Maior (PM) vem se tornando cada vez mais frequente, principalmente, com a popularização do halterofilismo, crossfit, dentre outros esportes que exigem uma estrutura muscular e preparo físico suprafisiológicos. Desse modo, o conhecimento dessa condição torna-se fundamental para suspeição clínica precoce, e, consequentemente, quando bem indicado por profissional ortopedista, tratamento cirúrgico na fase aguda, fato que apresenta grande impacto no resultado clínico e funcional dos pacientes.
Mecanismo de lesão - Causas da ruptura
O mecanismo clássico de ruptura tendínea do PM envolve o movimento combinado de abdução, rotação externa e extensão contra resistência dos membros superiores, o que pode ser reproduzido com o exercício em supino, bastante executado por halterofilistas nas academias. Nesse grupo, no qual observa-se uma maior incidência dessas lesões, além da exposição ao mecanismo traumático com cargas progressivas, outros fatores de risco como o uso de esteróides anabolizantes e, consequentemente, a desproporção entre as dimensões do ventre muscular hipertrofiado e seu tendão, favorece a ocorrência dessas lesões. Além dos esteróides anabolizantes, outras medicações como os corticosteroides, alguns tipos de antibióticos quando usados crônicamente, podem resultar em pior qualidade estrutural dos tendões, fato que pode ser observado em pacientes submetidos a infiltrações osteoarticulares recorrentes.
Local da lesão - Avaliação clínica?
O local clássico de ruptura do músculo PM é na zona de transição músculo-tendínea próxima a sua inserção umeral. Clinicamente os pacientes podem apresentar dor, edema, equimose, deformidade local devido a retração muscular com perda da prega axilar anterior agravada pelo movimento de adução ou abdução contra resistência, e diminuição da força de adução e rotação interna do membro superior do lado lesionado. A suspeição clínica e diagnóstico precoce são fundamentais, pois quando indicado tratamento cirúrgico, os resultados do reparo agudo mostram-se mais promissores que o reparo de lesões crônicas.
Exames para detecção da lesão
Os exames de escolha para confirmação diagnóstica são a Ressonância Nuclear Magnética (RNM) e o Ultrassom, sendo o primeiro muito superior no que se refere ao estudo da lesão. A avaliação do local exato da lesão, a extensão da ruptura, o grau de retração tendinosa, dentre outros parâmetros, são fundamentais para melhor planejamento cirúrgico e, consequentemente, melhores resultados pós-operatórios.
Opções de tratamento
Para indivíduos com mais idade e que não tem necessidade estética, pode-se optar pelo tratamento conservador. O tratamento de escolha para pacientes jovens e sintomáticos e com lesões traumáticas agudas é a cirurgia com reparo direto da lesão. Existem diferentes técnicas cirúrgicas descritas como as suturas trans ósseas, utilização de âncoras, botões unicorticais, dentre outros dispositivos, sendo a preferência técnica do cirurgião o fator mais determinante nos resultados. Em casos crônicos, com mais de 8 semanas de evolução, a depender do grau de retração do tendão, o uso de enxerto pode ser necessário.
A reabilitação pós-operatória dependerá da extensão da lesão e tipo de fixação realizada. Em geral, o paciente ficará com o membro imobilizado por um período médio de seis semanas, sendo liberado movimentos pendulares sem resistência a partir da segunda semana. A partir do terceiro mês são liberados os exercícios contra resistência e retorno para as atividades.
Texto em parceria com Dr. Caio Jales - Ortopedista e Traumatologista - CE

Anatomia do músculo peitoral maior


Aspecto clínico da lesão aguda

Aspecto clínico da lesão crônica

Ultrassonografia do peitoral

Ressonância magnética do peitoral
Anatomia cirúrgica
Identificação da lesão

Técnica cirúrgica


Resultado pós-operatório
